RI

Ainda me recordo, do tempo em que o tempo não queria passar. A vontade de crescer era imensa e imensos eram o dias em que havia espaço no tempo, para se fazer o que se queria. Agora quando penso, os anos são como meses a passar e os dias breves horas que nos escapam e não dão oportunidade de fazer tudo o que tínhamos previsto. Agora a única pausa que consigo fazer no tempo, é quando vou para o mar. E mesmo estes momentos em que para mim o tempo pára, estão cronometrados pela Lua e a terra nos seus movimentos naturais que influenciam as marés. Seja como for são momentos em que o tempo assim como tudo o resto perde a sua importância, para dar lugar a algo tão extasiante como a comunhão com o mar. Um fim de semana que passou, e com ele a oportunidade de eu fazer uma pausa no tempo, pois a vida é muito mais do que o mar, embora quem partilha esta paixão veja no mar a vida. A oportunidade escapou-se-me, problemas que surgem e nos afastam de um dos únicos objectivos da semana que é poder che

A única certeza da vida, uma vez mais cumpriu a sua parte. E carregou consigo alguém que me era próximo, para trás fica a memória de momentos bem passados e são esses que prevalecem. É triste o fim da vida, quando a condição humana é degradada e rouba-nos a liberdade que outrora existiu. O outro lado ficou a ganhar, se a fé que domina os homens cria um lugar que se diz existir é aí que eu te quero ver sentado numa cadeira com a cana de pesca em punho a disfrutar da calma do mar. Ao meu tio Victor... Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós. (Amado Nervo)

É estranho como a vida se apresenta. Percursos individuais unidos por relações. Grupos de pessoas que se interligam por laços familiares, de amizade, profissionais ou amorosos. Cada um precorre o seu caminho, umas vezes em conjunto, outras vai só, outras ainda vai em conjunto mas é como se fosse só. É estranha esta vida, onde seguimos um percurso e pensamos. Se eu tivesse ido por o outro lado estaria melhor, se eu tivesse feito isto agora tudo seria diferente. Sempre o se... a dúvida que nos assombra, a única certeza da vida por mais triste que seja e que todos mais ou menos temos presente é a morte. Tudo o resto são incertezas, é a incerteza do caminho, a incerteza do outro. Quando o outro é incerto, ou julgamos ser muitas vezes, perdemos oportunidades, perdemos ganhos de experiência. Perda que apenas acontece porque não tocamos quem por nós se cruza e apenas passa ao lado. Muitas vezes penso que tenho que dar o primeiro passo, estender o braço de forma a alcançar, mas fico quieto ou

Todos os dias olho à minha volta e todos os dias vejo pessoas a correrem de um lado para o outro. Horários para cumprir, sitios para estar, penso que muitas das vezes as pessoas estão com pressa sem ter qualquer necessidade. O hábito apoderou-se delas, e agora deslocam-se frenéticamente só porque sim. Muitas das vezes tento abstrair-me e verificar o quão estúpida é a nossa realidade. Escravos da nossa própria invenção, não reparamos que o tempo é o que fazemos com ele resta-nos aproveitar o que nos foi concedido.

Liberdade Aqui nesta praia onde Não há nenhum vestígio de impureza, Aqui onde há somente Ondas tombando ininterruptamente, Puro espaço e lúcida unidade, Aqui o tempo apaixonadamente Encontra a própria liberdade Sophia de Mello Breyner Andersen

Na minha opinião, todos temos aversão à mudança. Somo seres de hábitos e não gostamos de ver esse hábitos alterados. É como se nós criássemos pequenos rituais que se repetem dia-a-dia, e devido ao facto de estes não trazerem grandes surpresas, transmitem-nos segurança. Outro problema é que a rotina envolve-nos em monotonia, a motonia que quase todos nós odiamos. Então é quase um contrasenso, porque não gostamos da rotina, mas a rotina dá-nos segurança e ao mesmo tempo monotonia, e assim tentamos mudar mas a mundança nem sempre é fácil. Grande confusão, mas é assim que as coisas se passam. Pelo menos na minha cabeça é assim. Penso estar incluído no grupo que não gosta da monotonia e é averso à mudança. Uma coisa vos digo, as mudanças podem ser boas ou más, trazem vantagens e inconvenientes. Esta nas nossas mãos transformar as fraquezas em forças, as desvantagens em vantagens. Nem sempre é fácil, eu que o diga, a verdade é que a mudança por muito pequena leva-nos à novidade e esta a

A amizade é um dos bens mais importantes na vida. Podemos ter tudo mas se não tivermos um amigo com quem partilhar, o tudo perde a importância. Já o contrário é bem melhor, podemos não ter nada, mas se tivermos um amigo, um só que seja temos tudo. Hoje em dia e há medida que vamos crescendo, a coisa torna-se mais complicada mas nada impossível. Conhecemos muitas pessoas, muitas passam, outras ficam. E os que ficam jamais serão esquecidos, a eles aqui fica a minha homenagem, e agradecimento por terem dado outra cor a estes últimos dois anos. "Celebrar a vida é somar amigos, experiências e conquistas, dando-lhes sempre algum significado."

Pois é, mais um ano passado e muita coisa fizemos, muitas outras ficaram por fazer. Houve momentos de alegria, momentos de infelicidade. Vencemos desafios, perdemos oportunidades, acordamos todos os dias com a intensão de que hoje vamos fazer melhor, umas vezes conseguimos outras falhamos completamente é assim a lei da vida. E mais um ano passou e tal como no ano anterior, vamos estabelecer objectivos para este novo ano. Se os alcançarmos, muito bem senão fica para o outro ano que virá. Sendo assim, Feliz 2005!

Mar De todos os cantos do mundo Amo com um amor mais forte e mais profundo Aquela praia extasiada e nua Onde me uni ao mar, ao vento e à lua. Sophia de Mello Breyner Andersen.