Serra D'Arga 53K 2018


Fim de semana farto, foi este penúltimo fim de semana de Setembro com todas as atenções voltadas para a Serra D'Arga ou pelo menos a minha. Sempre fiz questão de conhecer o Gerês e pensei fazer nesta prova para ter essa oportunidade, até que alguém me indicou que esta seria a úníca prova do Carlos Sá que acontece fora do Parque do Gerês. Não importa 3 amigos da corrida juntaram-se e lá reservaram o fim de semana para fugir à rotina e conhecer a muito falada Serra d'Arga. Lá fomos direitos a Caminha para levantar os Dorsais, e jantar no Restaurante o Remo aconselhado pelo nosso gastrónomo de serviço que aconselhado por outro blogger ajudou a fazermos uma longa caminhada à procura do Restaurante quando estávamos praticamente ao pé dele quando levantamos os dorsais nos Passos do Concelho. Enquanto levantámos os dorsais vislumbramos os Grande Carlos Sá numa azáfama completa pois ia arrancar a prova Sunset e ele estava em funções condutor de shuttle a levar os atletas para a partida. Depois de muito procurar lá encontramos o aclamado Restaurante que partilha espaço com um ginásio clube de remo e afins. A vista do Restaurante vale a pena e o menu também era bom e até permite aos amantes de Sushi jantar com aqueles que não gostam da cozinha Japonesa. Repostos os níveis de proteína e traçados os planos do dia seguinte lá fomos dormir à Casa da Eirinha em plena Serra D'Arga e a partilhar o muro com o traçado da prova. Rezei para que a passagem pela casa onde ficámos fosse no final da prova e não no início pois haveria sérios riscos de ficar logo ali e esquecer a meta. Casa era espetacular, assim como o bolo que a nossa anfitriã Mafalda deixou adicionado do meu pequeno almoço improvisado pois ao contrário dos outros fico sempre atrapalhado com pequenos almoços fora de casa. O raio do iogurte grego não se torna nada prático.
Ás 9h da manhã de 22 de Setembro 2018 lá estávamos nós alinhados na partida na aldeia de DEM para percorrer a bonita Serra D'Arga. Tão bonita como dura e como tão bem descreveu a Ester Alves, repleta de subidas incríveis e descidas intermináveis ao qual eu acrescentaria muita rocha polida. Tocou o sino da igreja e no final das 9 badaladas dá-se a partida. Como este ano já tinha feito, os Abutres, o Piodão, os 85K do MIUT e o Estrela Grande Trail penso que terei subestimado a prova. O desnível é de respeito D+3000 e o calor que só me apercebi quando vi atletas tombarem fizeram deste desafio em minha opinião ainda mais duro que os 85K do MIUT. Já me esquecia que o facto de ter arrancado demasiado rápido também ajudou à festa, arranquei tão rápido que a dada altura vi que ia a acompanhar pessoas que normalmente tiram 2 horas ao tempos que eu demoro em prova. Estupidamente na altura pensei, eles devem estar lesionados ou à espera um do outro. Mais tarde percebi que não era nada disso, estavam a guardar-se para o quilómetro vertical.
Já me estou a perder um pouco na conversa e importa entrar um pouco no detalhe dos vários segmentos da prova. A prova arranca praticamente sempre a subir até à Pedra Alçada, quando olho para algumas fotos dessa parte da prova reparo que ia a acompanhar pessoas que por exemplo fizeram pódio no escalão feminino M40. Para vós pode não significar nada, mas para mim foi surpreendente. Depois da Pedra Alçada um descida interminável em terreno bastante rochoso e polido onde no final dessa descida encontrei a Ester Alves apoiada em outro atleta com sinais de ter feito um entorse que mais tarde se veio a confirmar. Depois dessa descida afinal ainda havia mais a descer e lá está, passamos ao lado da casa onde ficámos ainda sem vontade de parar e com uns pequenos sobe e desce atingimos o primeiro abastecimento. Nessa altura o calor já começava a dar alguns sinais. Saídos do abastecimento de novo a subir e quando parece que já não se sobe mais adivinhem, mais a subir até à Porta do Lobo. Depois toca a descer, e quando se desce acreditem é a valer, não sou fã de descer e nessa fase perdi algum tempo pois investia mais nas subidas. A metade da descida novo abastecimento onde à semelhança do anterior muitos molhavam tudo o que podiam. Neste hidratei bem descansem um pouco e à saída molhei o chapéu na mangueira que lá estava de serviço. Lá continuei, nesta fase bastante sozinho com os já habituais momentos de corrida de instrospeção, de tal ordem que é aqui que começo a tropeçar com mais facilidade e com as caimbras ligeiras a apertar. Nesta é quase sempre certo que questiono-me sobre o que estou ali a fazer, para que raio é que me meto nisto para de seguida quando tudo acalma, o corpo recupera e só as boas memórias ficam pense onde me inscrevo agora? Bem voltando ao que interessa uma subida final bastante durinha com necessidade de paragem para descanso num calhau a contemplar a paisagem e a recuperar o folego. Aquele calhau deve ter tido muita visita pois foram inúmeras as fotos que vi tirada do exato mesmo sítio. Bom vamos lá acabar isto, um pé à frente do outro, a embalar com a descida final e entusiamo de ouvir o speaker e sentir a meta cada vez mais próxima. Que bela Serra D'Arga tão bela que não nos deixou ir embora sem uma foto de grupo com o Carlos Sá e salvar uma donzela em apuros que ficou sem bateria no seu carro e foi necessário dar "encosto" de bateria para que se pudessem ir embora. Enfim mais umas belas peripécias para contar.

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