Tecnologia Automóvel


O automóvel desde o início da sua invenção, tem vindo a sofrer inúmeras inovações. Muitas delas completamente despercebidas ao cliente. No início tudo se resumia a um motor, um chassis, quatro rodas, um volante e sistema de iluminação. O automóvel dos nossos dias continua a ter esses mesmos elementos, mas resumir o automóvel a apenas isso parece-nos demasiado redutor. Outrora era preciso aquecer o motor com uma vela de cera, daí advém a palavra “chauffeur”, aplicada ainda hoje embora já raramente ao condutor de um automóvel. Hoje com os sistemas de injecção actuais praticamente já não existe essa necessidade (salvo nos países frios). A necessidade de depois de aquecer o motor ter de se dar a uma manivela de maneira a fazer rodar o motor, para pô-lo a trabalhar todos provavelmente já se esqueceram. Poderam lembrar-se quando ficam sem bateria no automóvel e têm de o empurrar (embora pouco recomendável), e provavelmente se ainda existisse a famigerada manivela de certo seria utilizada. O utilizadores do automóvel de hoje, só colocados a utilizar um veículo dos finais do século passado é que terão porventura a noção do fosso tecnológico em termos de funcionalidades para o cliente. Porque depois à um cem número de inovações em termos de materiais, de concepção e electrónicos. Começando pelo simples trancamento e destrancamento do veículo. Basta termos connosco um cartão e ao colocarmos a mão no puxador da porta o veículo destranca-se, antes de nos sentarmos já o volante, o banco e os espelhos retrovisores estão a assumir a posição que é memorizada por intermédio do cartão. Um toque num botão e temos os motor a trabalhar (longe vai a manivela), se a luminosidade for reduzida, temos automaticamente as luzes acesas. Se tiver a chover, automaticamente temos o limpa-vidros a trabalhar. Engrenamos uma velocidade, e arrancamos, o travão de mão é claro que se desactivou automaticamente, ultrapassamos os 9 Km/h e as portas do veículo trancam-se. É óbvio que temos que colocar o cinto pois o avisador sonoro já começa a irritar, o GPS orienta-nos o caminho e entretanto recebemos uma chamada do trabalho por intermédio do sistema mãos-livres. Logo a seguir lembro-me que tenho que ligar a uma amiga, a saber se o jantar ainda está de pé, por intermédio de comando de voz, faço a chamada sem olhar ou tocar no telemóvel. Seguimos o caminho e inesperadamente, o trânsito está completamente parado, travamos bruscamente e o sistema electrónico de travagem (ABS) evita o bloqueio das rodas e a consequente perda de direcção, felizmente travo a tempo e já posso desligar os 4 piscas que se activaram automaticamente. Sigo caminho, entro na auto-estrada ligo o regulador de velocidade e sigo viagem a uma velocidade constante, se o veículo da frente abrandar, posso confiar que o meu veículo mantém a distância. O ar condicionado automático, mantém a temperatura interior no valor definido, independentemente das variações de temperatura exterior, se houver risco de embaciamento, rapidamente acções são realizadas para que isso não aconteça . Se um veículo for a ultrapassar-me sou informado, finalmente chego ao destino mas não sem ser alertado que o pneu frente esquerdo está com pouca pressão. O estacionamento é feito automaticamente, só preciso de indicar no ecrã onde quero estacionar o carro, engrenar a marcha-atrás e manter o pé sobre o pedal de travão. Paro o motor, o travão de mão automático é accionado, abro a porta o rádio desliga-se a direcção tranca-se, fecho a porta e afasto-me, prontamente o carro tranca-se e informa-me com sinais sonoros e luminosos.
E tudo isto graças, à evolução da electrónica e que só com ela as funções anteriormente mencionadas tornaram-se possíveis. O comum dos utilizadores está longe de imaginar, que qualquer veículo dos nossos dias é equipado com pelo menos 5, eu diria computadores (Injecção, Airbag, Habitáculo, Compartimento motor e ABS) e que se acrescentarmos as funções atrás ilustradas o número cresce para mais de 20 unidades electrónicas. Computadores esses que comunicam entre si por apenas 2 fios até 1 milhão de bits por segundo. Estamos longe de conhecer o que está por trás de um simples toque de um botão. Não imaginamos que hoje quando pressionamos o pedal de acelerador, não estamos a puxar um cabo, mas sim a enviar bits de informação, o chamado “drive by wire”. A direcção ainda mantém-se mecânica, porque vozes ergueram-se e possivelmente com algum bom senso que não seria propriamente seguro virar o volante e um motor eléctrico encarregar-se-ia de virar as rodas proporcionalmente, sem qualquer ligação mecânica, apenas eléctrica. Quando assim for há quem diga que o volante como nós o conhecemos, será substituído por um comando de Playstation muito mais intuitivo para as gerações vindouras. É também a electrónica que acaba por permitir melhorar a eficiência do motor de combustão interna, que apesar disso continua com uma eficiência abaixo dos 50%, e sempre apertado pelas normas de despoluição que cada vez que entram em vigor reduzem para metade, as emissões permitidas anteriormente, a próxima será a Euro 5 a iniciar este ano. No futuro o inevitável vai acontecer, o “velhinho” motor de combustão interna irá ser substituído pelo motor ou motores eléctricos, com eficiências na ordem dos 98% e com um só handicap. É apenas um, mas é enorme e que prende-se com a capacidade de armazenamento de energia eléctrica, que limita a autonomia dos veículos com esta propulsão a 3 centenas de quilómetros. É por isso que num futuro próximo e para reduzir consumos eléctricos supérfluos, e privilegiar a autonomia, os primeiros veículos eléctricos poderão voltar ao que era o automóvel no início. Um motor (eléctrico), um chassis, quatro rodas, um volante, sistema de iluminação e as baterias…

in Trabalho de Marketing Empresarial, ISCTE - MXGE 2008/2009

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