MIUT 85K 2018 1/2

E assim foi a minha maior aventura desportiva deste ano, fazer uma distância nunca antes tentada ainda para mais com um desnível de respeito e difícil de treinar pelas minhas bandas salvo no Montejunto. Mas ainda assim não seria a mesma coisa. E como é que surge uma ideia louca como esta? É fácil, conversa entre amigos que aventura vamos fazer para o ano? Alguém diz que já fomos aos Picos da Europa e ainda não conhecemos as montanhas nacionais, o outro diz e que tal 40K no MIUT? Outro responde mas isso é sempre a descer... Quem faz 40K, faz 80K e quando se dá por ela estamos em stresse minutos depois da abertura das inscrições a tentar o mais rápido possível uma vaga no processo de inscrição pouco intuitivo e a ver o número de lugares disponíveis a descer mais depressa que o André Rodrigues nos Abutres. Inscrição feita, avião marcado alojamento combinado (mais ou menos), num momento de lucidez penso, ou sonhei ou estou inscrito para fazer 85K na Madeira??? Na Madeira, onde praticamente ou se sobe ou se desce não há meio termo. Bom, uma vez entrado no carrossel o melhor é aproveitar o melhor possível a viagem. Com um plano de treino programado até ao dia M o que pensei sempre foi, vai doer e se seguir o plano à risca talvez dê para ir até ao fim e com um pouco menos de dor. E assim foi, entre corridas, treinos de rampas, séries e fartlecks fui cumprindo com o programa no calendário com o dia aproximando-se vertiginosamente e na cabeça a dúvida, será que vai dar? A dúvida ainda ficou maior quando na semana anterior ao evento alguns voos eram cancelados ou desviados e a cereja no topo do bolo ou da montanha, Neve. Sim um simpático GNR teve a amabilidade de partilhar uma foto do Pico do Areeiro coberto de neve. Com tudo isto a sombra de nem sequer partir, ter de voltar ou ser desviado para outra ilha era cada vez maior e parece segundo os locais que isto começou a acontecer com mais frequência desde que mudaram o nome do Aeroporto da Madeira para Aeroporto Cristiano Ronaldo. Não foi só uma pessoa a afirmá-lo, certo é que apesar de todas as dúvidas, o voo saiu de Lisboa apenas com alguns minutos de atraso e a dada altura do voo o comandante diz que o tempo está bom na Madeira apenas há rajadas fortes de Norte e que iria "tentar" a aterragem. A palavra tentar nunca teve tanta frequência e relevância na minha vida. Aterramos porventura melhor do que na primeira vez que tinha visitado a ilha e finalmente deu para descansar e realizar que ia mesmo correr 85K 4700 D+. Fizemos a obrigatória passagem por Machico para levantar os dorsais, processo muito mais simples e simpático do que foi a inscrição e já se via no final de tarde, alguns estrangeiros totalmente equipados e ansiosamente aguardando pelo autocarro que os levaria para os pontos de partida das suas provas. Lá fomos até S. Vicente ainda com uma dúvida final, teríamos onde dormir?
E tivemos, o Sr Alcino ao fim de uma hora estava à porta do local combinado lembrava-se vagamente da conversa mas estava tudo bem, havia onde ficar. Enquanto esperávamos fomos reconhecer o local da partida e devemos ter atravessado S. Vicente toda a subir rampas inclinadissimas, (raio do GPS) à procura da Levada da Fajã do Rodrigues que segundo o regulamento seria o ponto de partida. Depois de muita embraiagem e sobressaltos lá demos com o local marcado com fitas e uma grande clareira e julgávamos nós que seria ali a partida e como estávamos enganados. Jantar de Espetada Regional em Machico, nas ruas já havia alguma movimentação daqueles que arrancavam à meia-noite e nós casa que já se faz tarde para preparar tudo pois o dia seguinte prometia ser longo. A noite com lua cheia, sem vento e poucas nuvens acolhia bem aqueles que iriam passar a noite a percorrer os trilhos. (Continua)

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