Benfeita Trail 2018

Este ano mais uma vez, não pude deixar de aproveitar o facto de estar de férias e próximo do local do evento para participar pela Terceira vez no Trail da Benfeita. Deveria ser a quarta vez mas infelizmente os fogos, temperaturas altas e paisangens protegidas por vezes não pemitem que eventos com estas características possam ser realizados. Ainda me lembro como se fosse hoje a forma como descobri o Trail da Benfeita, foi precisamente numa das caminhadas patrocinadas pelo meu sogro a dar a conhecer os locais carismáticos da sua terra (Cepos, Arganil) em que na subida ao posto de vigia da Serra do Açor encontrámos umas fitas vermelhas a definir o percurso. Essa terá sido a última edição em que o Trail Longo da Benfeita passava por esse maravilhoso local que dá a ver por vastos quilómetros toda as Serras em torno do Açor. Bom, recordo-me que fiquei curioso com a prova e assim que voltei da caminhada pesquisei na internet ficando a saber que a prova seria dali a alguns dias e que vendiam inscrições no próprio dia. A tradição de vender inscrições no próprio dia ainda hoje se mantém e utilizei nesse ano e no ano passado pois estava com medo da prova não se realizar de novo e eu sou profissional a inscrever-me em provas que depois por um motivo ou outro não se realizam. Mas este ano realizou-se tal como o ano passado mas este ano só com uma distância 20Km e a caminhada. Mantendo a rotina de treinos que trazia desde o MIUT apesar da paragem de provas em Julho e com a introdução de um novo ingredient que é a bicicleta preparei-me o melhor que pude e sei para esta prova.
O dia começava fresquinho mas já sabia que só poderia ficar quente pois os dias anteriores assim o diziam, desta vez não precisava de levar muita coisa vestida nem mochila de hidratação é que a distância era curta. Optei por levar apenas o cinto com 2 flasks de 0,5L e um gel com cafeína pelo sim pelo não. Mais niguém da equipa iria participar nesta prova e pela primeira vez este ano ia arrancar sozinho, verdade que muitas vezes só estamos juntos na partida e depois da chegada mas ter alguém conhecido na prova dá sempre outro conforto e alento. Foi oportunidade de recordar quando comecei estas andanças da corrida, inscrevia-me em todas as provas nas redondezas e lá alinhava só com o objectivo primário de acabar e secundário de ficar pelo menos a meio da tabela, esta vez não seria diferente.
Reunidos para o controlo zero no campo de futebol e dado o tiro de partida arranquei um pouco atrasado pois houve ali uma série de pára, arranca para a fotografia e atravessar a ponte e alinhar na estrada que só me foram fazendo ficar mais atrás no pelotão, não é que tivesse ambições de pódio mas é mais para evitar engarrafamentos. Arranquei expectante com o percurso pois na chegada à prova na levada inicial que sai da Benfeita para a Fraga da Pena não havia fitas a marcar o percurso mas o que é certo é que estávamos a atravessar a povoação pelo percurso habitual, mas poucos metros mais à frente a surpresa do dia, tinhamos que descer e entrar no ribeiro. Já devia de saber que seria assim é que no briefing inicial tinha sido mencionado que o xisto molhado é pior do que casca de banana e para termos cuidado. Logo aqui os mais rápidos e audazes deixaram-se de ver, ao meu lado outros reclamavam que mal tinham feito 500m já estavam a molhar os pés e eu pensei que estava tão bem de férias não tinha nada de ter ido para ali mas já que ali estava o melhor era aproveitar e de preferência sem me aleijar. Confesso que esta parte foi muito penosa e de difícil progressão, a saída do ribeiro parecia nunca mais chegar, depois de desenvencilhar-me de alguns mais lentos e outro parados a acomodar melhor os telemóveis pois em algumas passagens a água dava pela cintura lá fui progredindo e pensando na bem dita hora em que achei melhor não trazer o telemóvel. Saídos do ribeiro entrámos num nível abaixo da levada inicial que eu bem conhecia mas o percurso ia ser definitivamente diferente pois mais à frente subia num picada bem íngreme oonde ultrapassei algumas caras que já me são bem conhecidas e que encontro em quase todas as provas no centro do país. No final da picada viragem novamente à esquerda e descer de novo atravessando a povoação quase até ao local de partida para depois então subir novamente e aqui começou para mim a prova, passei pelo meu sogro que me perguntava como estava a correr a prova, mais ou menos respondi eu sem ver ninguém à minha frente ou atrás moralizando-me apenas quando ao fundo comecei a ver de novo atletas, fui passando uns e outros por entre trilhos, muros de pedra e aldeias de xisto a prova aqui era quase sempre a subir, reconhecendo alguns dos sitios de anos anteriores só sei que ao quilómetro 12 já tinha 1000 m de desnível positivo e ainda tinha que subir ou melhor escalar por uma cascata que agora pouca ou nenhuma água trazia. Terminada a subida dali em diante seria sempre a descer sendo que esta zona da prova estava muito queimada pelos fogos de Outubro de 2017 e tinha muitos obstáculos no caminho sendo de novo dificl de progredir para terem uma ideia o estradão estava cheio de árvores que ali tinham crescido e entretanto ardido e curvado provocando um grande emaranhado de vegetação. Atingido o Segundo abastecimento onde tem muita sombra e uma bela fonte de água fresca arranquei moralizado para o segmento final da prova que foi feito praticamente sempre a descer colocando-nos de novo no ribeiro ao chegar à povoação e depois ainda como uma subida surpresa no final antes da meta. Conclusão, 20,7 Km, 3h06min, 1.395 D+ e um mergulho refrescante no ribeiro que se tinha tornando barrento com tanta gente a pisá-lo e a tomar banho no final.


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